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O que é o conceito de saúde 5.0 e como ele pode trazer valor para o setor?

Categoria: Notícias

Os avanços de tecnologia em saúde proporcionaram uma “verdadeira fase de transformação no setor”, segundo a Dr. Marcia Makdisse, diretora de Transformação de valor em saúde da Qualirede. A adaptação e implementação da Inteligência Artificial (IA), Big Data e tantas outras revoluções digitais no setor mudaram paradigmas e conceitos, até culminar na ideia recente de Saúde 5.0 como elemento essencial para se aprimorar o valor dos tratamentos.

Quando falamos em “valor em saúde”, não nos referimos ao valor monetário – mas, sim, a diversos outros elementos que, quando trabalhados em conjunto, proporcionam mais qualidade de vida e autonomia para o paciente que passa por tratamentos médicos. Para entender como a Saúde 5.0 é essencial para esse processo, é preciso voltarmos, entretanto, para o conceito anterior: Saúde 4.0.

Saúde 4.0 x Saúde 5.0

Não é de hoje que vivemos a realidade da incorporação de tecnologia de ponta no setor da saúde. A capacidade extraordinária de armazenamento dos Big Data, em parceria com os atributos do Machine Learning, possibilitaram que, cada vez mais, a Inteligência Artificial proporcionasse novas soluções para a medicina.

É justamente essa a realidade da Saúde 4.0: a incorporação de tecnologia. A partir daí, surgem possibilidades de diagnósticos mais precisos e rápidos com a IA e algoritmos inteligentes, cirurgias pouco invasivas com robôs que auxiliam a equipe médica e tantas outras opções inovadoras de tratamentos

Uma vez instaurada tal inserção de tecnologia em saúde, o próximo nível, o qual estamos trilhando, é o surgimento da Saúde 5.0 como um setor amplamente conectado. “Este conceito não é apenas sobre a Inteligência Artificial, mas sobre sua aplicação, sobre o caráter de conectividade dentro da saúde”, comenta Marcia. “Saúde 5.0 é o paciente que usa um wearable que complementa o tratamento sugerido pela equipe hospitalar; é sobre a pessoa perguntar: ‘Alexa, meu médico me receitou este remédio. Ele é realmente a melhor opção?’ – e a tecnologia te responde.”

Assim, quando consideramos que o mundo corre em direção à Saúde 5.0, devemos levar em conta um paciente muito mais contestador e autônomo, que tem em seu poder o próprio prontuário eletrônico, dividindo o protagonismo dentro da sua jornada no sistema de saúde. Isso é a garantia do que podemos chamar de valor em saúde.

Saúde conectada: fee for service x valor em saúde

Um sistema de saúde em que o paciente tenha um papel tão protagonista quanto o de qualquer outro agente quebra, necessariamente, com o propósito do modelo fee for service

“Não há, necessariamente, garantias na medicina no sistema atual”, explica a Dra. Marcia. “Por exemplo: se você compra uma TV e ela não funciona, você pode trocar o aparelho. Mas, se você faz uma cirurgia no joelho e sofre algum evento adverso, você não pode trocar o que foi feito”. Além disso, principalmente em procedimentos invasivos, o paciente assina documentos assumindo que tem ciência de que o tratamento pode não sair como planejado. Portanto, não há garantias. 

Esse é um dos pontos questionáveis do fee for service, modalidade do sistema de saúde que paga por serviço solicitado. Uma vez que interesses financeiros podem influenciar na decisão de qual tratamento o profissional de saúde indica, pode acontecer de, por vezes, a indicação não ser realmente necessária, ou eficaz, diminuindo ainda mais a garantia do paciente.

A conectividade na saúde, por sua vez, assegura que informações sejam partilhadas em larga escala, assegurando que todas as partes da jornada do paciente – seja a equipe médica ou o próprio paciente – tenham acesso a dados de qualidade e tratamentos igualmente eficazes. Tudo isso é a tecnologia na prática, no dia a dia, conectando pessoas.

Quando consideramos o trabalho da Qualirede, não é preciso ir muito longe para compreender o conceito de valor: “Nós trabalhamos com Gestão do Paciente Internado, Gestão de Pacientes Crônicos com algoritmos e Inteligência Artificial, por meio dos quais conseguimos eleger uma população que necessita de mais cuidado; e com Clínicas de Atenção Primária à Saúde – todos pilares para trazer mais valor para a saúde do paciente”, comenta Irene Minikovski Hahn, Presidente da Qualirede durante o evento Welcome Saúde 2020, em janeiro deste ano.

Ao entrar no sistema de Atenção Primária à Saúde, o usuário terá todo o cuidado e tratamento necessários, dentro de um único ambiente, enxuto e eficiente, sendo analisado de modo holístico, integral. 

Quando é necessário um encaminhamento para unidades de alta complexidade, é feito um estudo completo do caso do paciente para que seja feito exatamente (nem mais, nem menos) do que é comprovado cientificamente e que poderá melhorar a qualidade de vida dele – enfraquecendo o fee for service e fortalecendo o valor em saúde.”

Questões legais

Quando pensamos em saúde conectada e disseminação de informações, é natural que nos questionarmos sobre a segurança de tais dados. Marcia, entretanto, é bem positiva quando o assunto é qualidade e confiança na tecnologia. “Normalmente, quando uma empresa usa dispositivos com Inteligência Artificial para trazer mais informações, como no exemplo a Alexa, elas nutrem os seus bancos com dados de locais com credibilidade”, tranquiliza. 

Quando o assunto são informações dos próprios pacientes – necessárias, principalmente, para alimentar o sistema de IA que aprenderá padrões para diagnósticos e tratamentos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também deve ser muito analisada e cumprida à risca para assegurar a privacidade e a segurança dos dados. “As regras de compartilhamento devem ser claras. Mas, além disso, o propósito deve ser muito intuitivo”, opina a Dra. “Os jovens, por exemplo, são muito mais propícios a compartilharem informações quando percebem, além da segurança, um propósito maior.”

O case Health Village

Um case de sucesso quando o assunto é Saúde 5.0 é o Health Village, um sistema integrador desenvolvido na Finlândia. “Para mim, esse é o exemplo máximo atual de saúde conectada”, opina a Marcia. 

Nele, uma série de infinitas informações são armazenadas e colocadas à disposição de pacientes e agentes de saúde a qualquer momento e em qualquer lugar. É por meio da mesma plataforma que o usuário do sistema de saúde finlandês marca exames e consultas com médicos generalistas ou realizam o encaminhamento a especialistas. 

No Health Village, o paciente é colocado no centro das discussões, atuando como protagonista do sistema de saúde. A partir daí, com tecnologia não apenas no sistema em si, mas também no que tange aos tratamentos, são definidas, sempre em conjunto, as melhores estratégias para garantir mais qualidade de vida para ele. 

Para a Dra. Marcia, apesar de ser uma realidade completamente diferente da brasileira, é um dos melhores exemplos para que possamos nos inspirar a alcançar um sistema de saúde conectado: “Nós não discutimos um case por que ele é perfeito, mas por que ele mostra que é possível”. E acrescenta: “não há motivo algum para a Finlândia ter conseguido e nós não. Pode ser mais difícil ou não ser exatamente o mesmo modelo, mas, por quê não estudar, aprender e trazer esse aprendizado para a gente?”, finaliza.

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